
MARKETING JURÍDICO
Por: Felipe Sá Cardoso
felipe.sa.cardoso@hotmail.com
A eficiência do marketing está em sua diversidade. Sua capacidade de adaptar-se de forma subjetiva a cada caso, a cada estudo, a cada objetivo, em cada nova necessidade na qual o mercado anseia.
Em uma dessas minhas leituras diárias descobri, meio que por acaso, mais uma faceta do marketing: o jurídico. E fiquei fascinado! Talvez pelo fato de ter sido por um bom tempo, estudante do curso de direito, mas creio que independente disso, qualquer um que esteja voltado para a área em foco, terá a mesma fascinação que eu.
Relevar esse assunto aos doutos advogados não aparenta ser tarefa das mais difíceis, tendo em vista que esse estudo é voltado exatamente para melhorar a eficiência dos escritórios corporativos, encarando-os como verdadeiras empresas e seus respectivos gestores, como eminentes empresários. Pode ser que essas denominações causem certo desconforto para alguns, mas uma simples análise comparativa deixará clara que o teor funcional de uma corporação como a conhecemos, é a mesma de um escritório de advocacia, seja ele de pequeno, médio ou grande porte. Todos primam por um mesmo objetivo: clientes, porém, por diversas vezes não prezam na excelência na prestação de seus servicos.
No entanto ainda existe um pequeno desentendimento quando o assunto é distinguir o marketing, a publicidade e a propaganda. Muitos tentam conceituar o que é cada um, porém acabam criando um emaranhado de definições retiradas de dicionários e nomenclaturas inadequadas para o entendimento dos interessados. Acredito ser suficiente esclarecer que apesar de estarem interligadas, são essencialmente diferentes. Estamos lidando com funções lógicas como estratégia e ataque. A primeira fica aos cuidados do profissional da área de marketing, baseando-se em estudos, gráficos, interesse dos clientes, etc.; A tropa de ataque vem com a publicidade e a propaganda que irá, com base nos dados fornecidos, encontrar a melhor forma de atrair esse cliente! Parece-me suficiente essa distinção, deixando claro que é necessário um aprofundamento no assunto para uma melhor formação acadêmica.
Bem, após este breve parênteses, para concluir essa breve introdução é válido informar que o Código de Ética da OAB, tratou de em sua redação esclarecer qual publicidade estaria dentro das normas éticas, todavia alguns pontos são passíveis de críticas, como nos esclarece Eugênio Eduardo Tavares de Melo de Sá Pereira, que diz: ...o provimento 94/00 foi um exemplo claro da atualização normativa às aspirações da sociedade, entretanto involuiu em outros dispositivos como a proibição do uso de marca de fantasia que, segundo alguns advogados poderia ser permitido, o que denota uma das necessidades de sua reformulação.
Por fim, alguns pontos são de fundamentais relevâncias quando tratamos da projeção de um escritório dentro do perímetro da visão de seus clientes. São eles: um planejamento mais eficiênte das etapas seguidas pelo escritório e seus profissionais; ampliação do prestígio profissional; foco no cliente; etc.
O MARKETING JURÍDICO
Sabemos que variáveis internas e externas determinam os rumos de qualquer empresa. E não poderia ser diferente para os escritórios de advocacia.
A análise da situação da área em que se atua deve ser constante, para que mudanças dentro daquele nicho, não impliquem para resultados negativos imprevisíveis. Assumir riscos, só quando eles forem calculados.
Existem três fatores que não podemos encarar de forma fátua: o mercado, o cliente, o fornecedor (quando se fizer uso da internet para que o cliente possa acompanhar seu processo, se for o caso) e o prestador de serviço. Há a necessidade de voltarmos todas as atenções para estes horizontes e criarmos um leque de oportunidades.
A tendência hoje é de que além do nome do escritório e de seus sócios, os clientes busquem diferenciais que promovam a excelência no atendimento. Uma espécie de delivery jurídico. Serviços personalizados que transforme o ambiente muitas vezes frio e hostil de um escritório, em algo onde o cliente sinta-se acolhido e confiante. Cuidar dessa relação com o cliente, é personalizar o atendimento, flexibilizar a contratação, utilizar recursos tecnológicos e manter uma postura ética na prestação dos serviços.
Surpreender significa trabalhar além das expectativas. Essa é a regra chave! Essa é a receita do marketing: superar as expectativas. Trabalhar dentro da média, fazendo apenas aquilo que é previsível pelo cliente, não é mais o suficiente. Só conhecendo seus diferentes seguimentos é que será possível um posicionamento correto e um aumento da potencialidade dos serviços ofertados. É preciso saber lidar com um mercado sempre propício a mudanças.
Nessa esfera, é necessário entender que a satisfação do cliente não fica apenas limitada ao término de um determinado processo. A satisfação estará exatamente no que poderá ser feito após tudo isso. Saber identificar as oportunidades que poderão surgir. Como agir se nem as expectativas básicas forem alcançadas? Se o escritório perdeu a causa? Se o cliente optar por outro escritório! Por que ele tomou essa decisão? Como isso poderá influenciar de forma negativa? É preciso entender que estamos cuidando não de desejos ou de meras frustrações mercadológicas. A manipulação do marketing dentro dos escritórios corporativos vai muito além da busca pelo aumento da renda: trata-se de zelar pelo bem material ou moral de cada um.